George Russell foi alçado ao cobiçado cockpit da Mercedes depois que Lewis Hamilton testou positivo para Covid-19. Desde que a equipe heptacampeã do mundo confirmou a presença do britânico no fim de semana do GP de Sakhir, houve muita expectativa sobre como o jovem piloto reagiria ao pilotar pela primeira vez um carro de equipe de ponta da Fórmula 1 e como seria lidar com a pressão. Também houve grande expectativa sobre o confronto esperado entre Russell e seu novo companheiro de equipe no Bahrein, Valtteri Bottas.
A incrível corrida do último domingo (6) teve um Russell surpreendentemente maduro e adaptado ao W11. Antes, na classificação, George ficou em segundo lugar, mas apenas 0s026 do tempo feito pelo pole, Bottas. Com ótima largada mesmo partindo do lado sujo da pista, o prodígio britânico superou o finlandês, assumiu a liderança e fez uma prova muito segura.
A vitória em Sakhir não era para ser: primeiro, Russell foi traído por uma trapalhada inacreditável da Mercedes nos boxes. Depois, o furo no pneu tirou de vez o dono do carro #63 da briga pelo triunfo, que ficou, de forma brilhante, com Sergio Pérez. Mas o que ficou, quando se fala sobre a performance de George, foi a postura mostrada dentro da pista do começo ao fim: combativo, maduro e seguro, o piloto nem parecia que estava na sua primeira corrida com a Mercedes e em apenas seu segundo ano na F1. Russell se portou como um veterano.
Uma pena, somente, um piloto como Russell estar fadado a pilotar mais um ano na Williams. Ter alguém como George no pior carro da Fórmula 1 é um enorme talento desperdiçado. Um talento que, num carro como o da Mercedes, mostrou quem é de fato.
Em contrapartida, Bottas teve outra jornada tenebrosa. Mal na largada, pior ainda ao longo da corrida, o finlandês em momento algum ameaçou Russell durante a prova e ainda foi ultrapassado sem a menor cerimônia pelo britânico. Valtteri deixou uma péssima impressão e, mais do que isso, definitivamente mostrou que não merece uma vaga na principal equipe da Fórmula 1 na atualidade. É a opinião de Fernando Silva no GP às 10 desta segunda-feira.